Um estudo recente da Common Sense Media com 1.300 pais e filhos descobriu que 59% dos pais pensam que seus adolescentes são viciados em dispositivos móveis. Enquanto isso, 50% dos adolescentes sentem o mesmo.
"Não é tão óbvio quanto o vício de substância, mas é muito, muito real", disse Alex, um rapaz de 22 anos, assumidamente viciado em tecnologias.
Os pais de Alex, disse ele, sempre o incentivaram a usar a tecnologia, sem perceber o dano que poderia causar. Eles estavam apenas tentando criar seu filho em um mundo inundado de tecnologia que não existia quando eles tinham a idade dele.
Por não ser óbvio, os pais continuam insistindo em alegar que sabem lidar com a situação, quando na verdade não sabem.
Por não ser nada óbvio, os pais só percebem que o filho precisa de ajuda quando o assunto já comprometeu seriamente a saúde, os estudos e a vida social.
O assunto está tão sério que o Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria lançou uma cartilha para orientar Pais, Professores e Pediatras, que você pode ler na
íntegra aqui.
É sobre ela que vamos falar hoje. Então se você não quiser ler a cartilha na íntegra, pelo menos leia esse artigo até o final porque eu vou comentar trechos importantes, que estão destacados de vermelho logo abaixo. Posso contar com você?
Somos uma geração de cobaia, essa é a verdade. Como pais estamos lidando pela primeira vez com o uso tão intenso e como não temos essa experiência, em um primeiro momento acreditamos que liberar tecnologias faria nossos filhos mais inteligentes.
Claro que existem vantagens, como o acesso a informação, o uso pedagógico, etc. Mas em excesso prejudica muito o desenvolvimento do seu filho.
E que bom que você está aqui, lendo esse texto e fazendo parte de um grupo extremamente pequeno de pais que buscam a consciência e a informação para proteger os filhos da forma certa. Saber COMO te dá uma enorme vantagem para o sucesso da educação tecnológica.
Uma nova Lei 12.965 de 2014 – o Marco Civil da Internet em seu artigo 29º - explicita a necessidade do controle e vigilância parental e a educação digital como formas de proteção frente às mudanças tecnológicas, em especial sobre os impactos provocados nas famílias e, especificamente, nas rotinas e vivências das crianças e dos adolescentes. Porém, tanto os pais como os educadores nas escolas precisam aprender como exercer esta mediação e serem alertados sobre os riscos e os limites necessários para assumirem esta responsabilidade. Além disso, as crianças e adolescentes devem ser informados das necessidades de hábitos saudáveis de modo sistemático
Teoria ok, mas e na prática, como fazer isso? Como aprender a exercer a mediação e informar o filho de modo que ele aceite?
Para você, é fácil, difícil?
Se você acha que é fácil eu vou te dizer que tem alguma coisa aí que você não está vendo, porque não é. Eu que pesquiso, me informo e tenho um programa específico chamado Detox Digital, não fico dizendo por aí que é fácil.
Se você só fica também falando que é muito difícil, também tem coisa errada aí. Isso não pode virar desculpa para não fazer nada.
Então vamos combinar assim: - É possível, isso sim. Com informação e apoio é possível.
Todas as pesquisas são unânimes em afirmar que os pais tem um papel determinante nesse hábito dos filhos e agora o manual diz também, com todas as L-E-T-R-A-S.
"Os pais desempenham um papel significativo no estabelecimento de hábitos saudáveis, uma vez que o uso da tecnologia é inevitável. Eu digo a eles, você é o traficante de drogas", disse Young, dono de uma das maiores clínicas de reabilitação dos EUA, que cobra US$ 25.000,00 por 45 dias de desintoxicação.
Você pode ignorar isso ou agir sobre isso. O que você vai escolher?
O uso precoce e de longa duração de jogos online, redes sociais ou diversos aplicativos com fi lmes e vídeos na Internet, por crianças e adolescentes podem causar difi culdades de socialização e conexão com outras pessoas, difi culdades escolares, a dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo, problemas auditivos por uso de headphones, problemas visuais, problemas posturais e lesões de esforço repetitivo (LER), problemas que envolvem a sexualidade, como maior vulnerabilidade ao grooming e sexting, incluindo pornografi a, acesso facilitado às redes de pedofi lia e exploração sexual online, compra e uso de drogas, pensamentos ou gestos de autoagressão e suicídio, além das “brincadeiras” ou “desafi os” online que podem ocasionar consequências graves até coma por anóxia cerebral ou morte.
Tá, agora já está assuntando né? Exagero? Eu não arrisco o futuro da minha filha, por isso aqui já aplico o
Detox Digital e tenho obtido resultados incríveis.
Não dá negar que usar tecnologias sem o equilíbrio provocam reações químicas que são liberadas para o cérebro e que podem viciar a ponto do seu filho perder o interesse em outros passatempos ou, às vezes, nunca desenvolver nenhuma habilidade social no mundo real.
Mas e agora? Será que meu filho é um Viciado?
Calma que não é assim. "Nem tudo é patológico; As coisas podem ser problemáticas, mas abaixo desse limite ", disse o diretor de pesquisa da Common Sense Media, Michael Robb.
"Para evitar que se torne uma doença, a partir de hoje e durante toda a formação dessa criança e adolescente, todos os pais devem ter conversas com seus filhos sobre o uso equilibrado da tecnologia". Ele complementa.
8,8 milhões de crianças e adolescentes que são expostos aos discursos de ódio, intolerância e violência, além de 20% que foram tratadas de forma ofensiva na internet, caracterizando uma das formas de cyberbullying. Nesta amostra, 21% dos adolescentes deixou de comer ou dormir por causa da internet, 17% procuraram informações sobre formas de emagrecer, 10% formas para machucar a si mesmo (self-cutting), 8% relataram formas de experimentar ou usar drogas e 7% formas de cometer suicídio. Muitos outros dados merecem nossa reflexão, como: 77% enviam mensagens instantâneas ou usam as redes sociais quando sozinhos e 61% já postaram fotos ou vídeos na Internet, 39% já tiveram contato com pessoas que não conheciam pessoalmente e 27% encontraram com desconhecidos, na faixa etária entre 15-17 anos. Além disso 21% já terem repassado informações pessoais para outras pessoas que só tiveram contato a partir da relação online. Em 11% das famílias, os pais nada sabiam sobre as atividades de seus filhos e em 41% sabiam mais ou menos.
Essas estatísticas falam por si, nem precisam de comentários né?
Então eu vou finalizar esse post, que já está ficando longo e resumir o que essa cartilha diz:
1) É algo muito novo para nós e precisamos falar sobre isso;
2) Somos nós, os pais, os responsáveis por orientar. Escolas e pediatras ajudam, mas é na família que o hábito brota e cresce;
3) Estatísticas mostram que não estamos sabendo lidar, por mais que você jure que sabe. Não fazer nada está nos empurrando ladeira abaixo.
Eu tenho pesquisado fortemente tudo o que os maiores especialistas do Brasil e do Mundo, desde psiquiatras, neurocientistas e instituições que cuidam de dependentes lidam sobre o assunto. Participei de uma formação online dos EUA exclusiva sobre o uso das tecnologias pelas famílias, um debate real e intenso sobre como esses especialistas se posicionam e sobre como famílias obtiveram enorme sucesso no equilíbrio.
Das minhas pesquisas nasceu o primeiro curso online exclusivo para pais, que ensina o passo a passo para Eliminar o Excesso de Tecnologias. Só o excesso, claro, porque usar o lado bom das tecnologias facilita muito.
Esse é o curso que eu uso na minha casa. Que eu uso em mim e vou te dizer com muita verdade no meu coração que enquanto eu elaborava, estudava e reunia as técnicas, eu percebi o quanto eu também precisava de um curso assim.
Então estamos todos no mesmo barco viu? Vamos cuidar para que ele não afunde...